A saída de dólares superou a entrada de moeda estrangeira no país em US$ 2,73 bilhões na semana passada, informou o Banco Central nesta quarta-feira (2). Mesmo assim, o movimento parcial do mês, no acumulado até a última sexta-feira (28), ainda segue positivo, no valor, também, de US$ 2,73 bilhões.

Mesmo com a queda do saldo positivo de ingresso de dólares por conta do movimento da semana passada, o resultado parcial de março, se confirmado para todo mês passado (ainda falta computar o movimento do último dia útil – 31) será o maior desde maio do ano passado (+US$ 10,75 bilhões).

Segundo informações do Banco Central, a entrada de divisas no Brasil, em março, está relacionada com os investimentos estrangeiros diretos e com o ingresso de recursos para renda fixa. Além disso, também foi realizada no mês passado, uma captação de recursos no exterior, no valor de US$ 8,5 bilhões, pela Petrobras. Entretanto, não há confirmação de que a empresa teria de fato trazido esses recursos – ou parte deles – para o Brasil.

Efeito na cotação do dólar

A entrada de recursos no país, registrada na parcial de março, favorece, em tese, a queda do dólar. Isso porque, com mais moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia a ficar menor. No mês passado, de fato, a moeda registrou desvalorização. No fechamento de fevereiro, o dólar estava cotado em R$ 2,34, recuando para R$ 2,26 no fim de março – um recuo de 3,22%.

Outros fatores que influenciam a cotação

A variação do dólar no Brasil também está relacionada, segundo economistas, com a decisão do Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) de retirar gradualmente os estímulos da economia norte-americana e com a perspectiva de uma acomodação do crescimento em um patamar menor do que o registrado nos últimos anos na China.

Os analistas avaliam, porém, que a cotação do dólar registrada neste ano também está relacionada com a piora das contas externas e das contas públicas. Uma eventual valorização do dólar pode preocupar o BC, uma vez que tende a contaminar a inflação por meio do encarecimento de importados.

Além disso, outro fator que também tem impacto na cotação da moeda norte-americana são os leilões de contratos de “swap cambial” pelo Banco Central – instrumentos que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro, com impacto no preço do dólar no mercado à vista.
Fonte: G1