A urbanização veloz não somente concentrou as pessoas nas cidades. Criou um ritmo de vida que nos distanciou do uso mais intensivo de nossos próprios corpos. Isso, associado às facilidades de fazer as refeições fora de casa e adquirir alimentos industrializados prontos ou pré-prontos.

Assim, temos o cenário da intensificação dos problemas de saúde, sobrepeso e de obesidade de nossa população (uns 40% segundo algumas estatísticas).

Cada vez mais temos necessidade de realizar um trabalho de condicionamento físico que beneficie o sistema cardiovascular, crie mais flexibilidade, previna uma série de doenças e envelhecimento com dores e problemas nas articulações e coluna. E, que tem impactos positivos no humor, na disposição e no bem-estar psicológico.

O resultado são oportunidades para o impulso empreendedor que se revela na proliferação da oferta de diferentes programas para treinamento de força, resistência, definição muscular, melhoria do condicionamento físico geral e da postura etc., por meio de escolas, academias ou de aulas particulares (personal trainers).

O problema é como se diferenciar e criar formas e programas atrativos, que envolvam e gerem prazer e resultados. E, que afastem a ideia do sofrimento e do penar.

Desde a época em que se disseminou o condicionamento físico por meio do método “Cooper”, muito se progrediu na área de fitness. Atualmente, há muita oferta de programas prontos, embalados, de tecnologias e de equipamentos.

Nos canais de televisão, as revistas, na internet, por meio de empresas de representação ou nas próprias escolas e academias.

Há programas que vieram da Marinha Americana, outros por meio de franquias (exemplo, a Body Systems da Nova Zelândia) e outras por equipamentos.

Programas que se inspiram em movimentos realizados em diversos esportes, ou retirados da yoga, do pilates, das artes marciais como boxe, karatê, capoeira, kung fu etc, ou que focam mais em determinadas partes do corpo (abdômen, tórax e costas), ou que se inspiram em ritmos e danças de origens diversas.

Os programas prontos oferecem o treinamento dos profissionais e entregam a facilidade de aulas prontas, pré-coreografadas, com músicas inspiradoras (muito comumente, estrangeiras).

De fato, fica mais fácil e seguro empreender comprando fórmulas prontas, por meio das franquias. A contrapartida disto são os pagamentos de royalties, licenças, novas capacitações etc. e a dependência.

Entretanto, parece que temos espaço para aqueles que desejam inovar, criando programas mais aculturados, utilizando mais ritmos, músicas, danças, esportes e atividades que envolvem mais os brasileiros.

E, associar uma ou mais tendências mapeadas pelo Colegiado Americano de Medicina Esportiva, que representam requisitos e oportunidades para quem quiser se assegurar de ter sucesso em seu empreendimento:
- ter profissionais com experiência e qualificação;
- oferecer esportes ou práticas (yoga, por exemplo) específicos;
- ter professores credenciados como personal trainer oferecendo treinamentos individuais ou em pequenos grupos;
- incorporar o treinamento de força ou condicionamento específico dos músculos do corpo que apoiam a coluna;
- oferecer atividades físicas (ginástica laboral e outras) e avaliação da saúde dos empregados nas organizações;
- focar o público de adultos, oferecendo treinamento para aptidão funcional ou pessoas mais velhas;
- focar em crianças e adolescentes com problema de peso ou oferecer programas para perda de peso;
- criar programas que intercalam exercícios de dança (ritmos latinos e/ou outros com exercícios de resistência);
- promover atividades ao ar livre ou atividades indoor como spinning (ciclismo) ou oferecer experiências intensivas, misturando atividades dentro e fora da academia – boot camps.

Fica aí o desafio na área de fitness para os criativos empreendedores brasileiros!

Fonte: Uol