O ano de 2024 será marcado pelo aumento da alíquota geral do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em pelo menos 11 estados.

Já foram aprovados projetos que elevam o principal imposto estadual na Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins.

Outros estados estudam elevar suas alíquotas. Para valer em 2024, é necessário que o aumento seja aprovado pela respectiva Assembleia até 31 de dezembro deste ano, por conta do princípio da anterioridade anual.

Desde o ano passado, vários estados alteraram o ICMS para recuperar a arrecadação perdida desde 2022.

Naquele ano, o Congresso Nacional aprovou duas leis que limitavam a tributação de combustíveis e serviços de energia e telecomunicações com o imposto estadual.

Segundo dados do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), a arrecadação de ICMS caiu 7,9% de janeiro a novembro de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior (13% de queda, se considerado a inflação do período).

Os estados do Sul e Sudeste, com exceção de Santa Catarina, aprovaram um documento em novembro sobre a necessidade de aumento do imposto, mas nem conseguiram viabilizar o aumento de todos junto ao Legislativo.

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou um aumento em 2024. Em entrevista à Folha, o secretário de Fazenda do estado, Samuel Kinoshita, disse que a arrecadação do tributo deve fechar 2023 no menor nível em dez anos, considerando a relação entre essa receita e o PIB (Produto Interno Bruto) estadual.

No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) retirou a proposta enviada ao Legislativo na véspera da votação, após resistência de grande parte dos deputados estaduais em aumentar a alíquota de 17% para 19,5%.

O Espírito Santo aprovou um aumento para 19,5% no próximo ano, mas o governador Renato Casagrande (PSB) encaminhou à Assembleia um projeto que revoga o aumento da alíquota, que continuará em 17%, menor percentual entre os estados da região Sudeste.

O argumento do governo foi a aprovação da reforma tributária sem o trecho que condicionava a distribuição da arrecadação a partir de 2033 às receitas verificadas entre 2024 e 2028.

Mesmo com a retirada desse dispositivo, o Rio de Janeiro manteve o plano de aumento do imposto, o que gerou protestos da indústria local. No estado, a alíquota geral é de 20%, somada a outros 2% destinados ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza, adicional que também existe em outros locais.

“O estado do Rio de Janeiro se isola como o único do sudeste a aumentar o ICMS. Enquanto os vizinhos, concorrentes diretos de empresas fluminenses, recuaram de tal medida e mantiveram alíquotas de 17% a 18%, o Rio de Janeiro tributa o setor Produtividade do estado em inaceitáveis ​​22% –a maior do país!”, diz a Firjan, federação das indústrias do estado, que pediu a revogação da lei.

No próximo ano haverá também uma redução do imposto em um estado. No Rio Grande do Norte, o ICMS aumentou para 20% em 2023. O governo propôs estender o aumento para 2024, mas o projeto foi rejeitado pelos deputados estaduais. Por isso, uma alíquota de 17% volta a vigorar em 1º de janeiro.