O indicador de inadimplência ampliado do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) detalha como se comporta o número de calotes no comércio brasileiro, segundo os critérios de gênero, idade e valor das dívidas em atraso há mais de 90 dias. O resultado do balanço no mês de outubro mostra que, assim como ocorreu nos meses anteriores, as mulheres continuam representando a maior parte dos inadimplentes: 55,39% dos casos de negativados em outubro, ao passo que os homens representam 44,61%.

De acordo com os especialistas do SPC Brasil, é natural que as mulheres sejam ligeiramente mais inadimplentes do que os homens, porque são elas também as que mais consomem a prazo. Segundo dados da entidade, 59,24% das compras a prazo no mês se outubro foram realizadas com CPFs cujos titulares eram do sexo feminino, enquanto que as demais compras (40,76%) foram feitas por homens.

Faixa etária

O levantamento também revela que a maior parte dos cadastros negativos concentra-se em CPFs de consumidores entre 30 e 39 anos de idade (27,98%), seguido pelos que têm entre 40 e 49 anos (19,60%)  e pelos que têm entre 50 e 64 anos (16,02%).

No mês de outubro em relação a setembro, houve um ligeiro aumento da participação de consumidores mais jovens entre os inadimplentes. No entanto, o SPC Brasil considera que o movimento pode representar um efeito estatístico e que é necessário aguardar os dados dos próximos meses para verificar se realmente se trata de uma tendência.

 

Registro de Inadimplentes: distribuição por faixa etária

 

Um mesmo CPF pode ser contado mais de uma vez por ter mais de um título inadimplente
(Fonte: SPC Brasil)

 

Valor da dívida

As dívidas de valores intermediários (acima de R$ 100 e abaixo de R$ 2,5 mil) representavam 65,6% dos registros em setembro de 2013 e passaram a representar 66,24% no mês de outubro.

 

Registro de inadimplentes: distribuição por valor da dívida

 

 

Fonte: SPC Brasil

 

Segundo os economistas da entidade, o aumento da concentração de valores intermediários pode ser explicado pela redução da participação de títulos com valores até R$ 100 (14,95% em out/2013 contra 15,54% em set/2013) e pela queda no número de títulos com valores superiores a R$ 17,5 mil (3,74% em out/2013 contra 3,91% em set/2013). No primeiro caso, os especialistas atribuem a diminuição à inflação: com a alta de preços, cai o número de itens que custam menos do que R$ 100 e, portanto, também cai o número de títulos inadimplentes com esse valor nos últimos meses. Já a queda de títulos de valores superiores a R$ 17,5 mil, na visão do SPC Brasil, está ligada ao desaquecimento do mercado de automóveis, que con centra as dívidas de maior valor (dados divulgados pela Fenabrave mostram que as vendas de veículos automotores novos caíram 2,63% em 2013, na comparação com 2012).

A pesquisa

O SPC Brasil e a CNDL divulgam, desde janeiro de 2013, informações segmentadas sobre o indicador mensal de inadimplência no comércio brasileiro. No mês de outubro, a inadimplência apresentou uma retração de -1,17% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é reflexo da maior cautela e da disciplina do consumidor em relação aos compromissos adquiridos no passado.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNDL