No mundo inteiro vários setores varejistas são reconhecidos como setores de baixa lucratividade percentual sobre vendas.

É relativamente comum uma empresa varejista tem um lucro líquido após impostos em torno de 2%.

Isto ocorre porque a receita da empresa varejista é a diferença entre o preço pago pelos produtos e as margens aplicadas.

Como geralmente o preço de compra significa entre 70% e 75% do preço de vendas, as margens brutas oscilam entre 30% e 25%.

É desta margem bruta que saem as despesas fixas e variáveis, as despesas financeiras, os impostos incidentes sobre a venda e o lucro líquido.

Essa é a situação dos varejistas de bens de largo consumo como alimentos, higiene e limpeza do lar e higiene pessoal e, principalmente, os que operam com eletroeletrônicos.

Margens finais tão baixas exigem que o varejista seja preciso na marcação dos preços de venda uma vez que pequenas “derrapagens” podem levar o lucro a zero ou até ao prejuízo.

De acordo com o ranking de supermercados da revista “Supermercado Moderno”, em 2010 e 2011 os supermercados brasileiros tiveram lucro líquido de 2,05% e 2,76%, respectivamente.

Na pesquisa agora divulgada, as perdas nesse setor, referentes ao ano de 2011, atingiram 1,96% representando o equivalente a 71% do lucro líquido do setor.

As perdas são parte inerente da atividade varejista e jamais serão zeradas, porém, o montante de perdas tem relação direta com a maneira pela qual a empresa é administrada e que atenção ela dá aos controles internos, uma vez que qualquer diminuição nesse percentual terá impacto direto no lucro final.

Os tamanhos das perdas divulgadas mostram que, de um lado há perdas importantes a serem evitadas, mas de outro existem boas oportunidades para o aumento de lucratividade do setor supermercadista, uma vez que essa lucratividade é fundamental para o seu desenvolvimento e prestação de serviços à população.

Fonte: Folha de São Paulo