A parcela de micro e pequenos empresários industriais de São Paulo que esperam alta da inflação nos próximos meses subiu de 50%, em maio, para 69% em junho. O dado é de pesquisa do Datafolha para o Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo).

O levantamento aponta que apenas 4% dos pequenos empresários acreditam que a inflação vá cair. Os outros 27% têm a expectativa de que ela se manterá nos níveis atuais.

O presidente do Simpi, Joseph Couri, diz que a inquietação do setor vai além e envolve todo o conjunto da economia. “Espera-se aumento de custo em julho, enquanto a inadimplência mostra quadro desfavorável”, afirma.

O aumento de custo para as cerca de 200 mil micro e pequenas indústrias que compõem a base do Simpi chegou ao seu maior patamar histórico em junho, com 54%, segundo o sindicato. O custo de matéria-prima e insumos foi o que mais impactou o setor, seguido de mão de obra, salários, transporte e logística.

Para 40% dos entrevistados, a expectativa para este mês é de novos aumentos significativos de custos.

Paralelamente, recuou em junho a taxa dos que dizem que têm capital de giro mais que suficiente (de 11% para 3%), com destaque para as pequenas indústrias, onde a disponibilidade de dinheiro teve queda de 17% para 9%.

INADIMPLÊNCIA

Com queda de 4% de maio para junho, o nível de inadimplência continua a preocupar os dirigentes das micro e pequenas empresas paulistas. A situação é preocupante para 57% –a taxa era de 61% em maio. Dentre os entrevistados, 57% acha que a inadimplência ficará como está, 23% dizem que vai aumentar e 5% que irá diminuir.

A concorrência com produtos importados é desfavorável para o setor, segundo 83% dos entrevistados. Somente 13% consideram que a competição acontece em grau de igualdade e 3% dizem que é favorável ao que se faz no mercado interno.

Mesmo frente ao crescente pessimismo com o quadro econômico do país, 40% dos micro e pequenos industriais avaliam positivamente a situação das empresas, um índice estável diante dos levantamentos anteriores da pesquisa.

As entrevistas foram realizadas entre os dias 11 e 27 de junho na região metropolitana de São Paulo e no interior.

Fonte: Folha.com