Estar num trabalho temporário é bom quando se está precisando. Ser efetivado? É ótimo. Mas vale mesmo a pena?

De acordo com Rosangela Souza, da Companhia de Idiomas e ProfCerto, é necessário pensar em seis pontos cruciais para saber se essa é a decisão certa a ser tomada. Para isso, ela elaborou um pequeno questionário:

1 – Sua relação com a empresa

Você está gostando da empresa? Ela pertence a um segmento no qual você se interessa? Gosta da função que desempenha? Consegue identificar outras funções que gostaria de desempenhar nesta empresa?

2 – Sua relação com sua função

Você tem talento natural para a função atual? Por exemplo, foi contratado como vendedor e adora vender? “Aproveite para ampliar explorar seus talentos e pontos fortes nesta oportunidade. Aperfeiçoe sua técnica. Talento natural, paixão pelo que faz e disciplina podem tornar você um profissional indispensável”, diz Rosangela.

3 – Sua relação com seu líder

Neste trabalho temporário, seu chefe é um chato? “Entenda que lidar com pessoas difíceis é sempre uma grande escola. Você tenta de um jeito, ele reclama. Tenta de outro, ele reclama”, diz a especialista. Compreender como o outro funciona e se dar bem com todo tipo de gente leva tempo, especialmente porque no trabalho a questão não é só se dar bem com as pessoas, é conseguir resultados através de bons relacionamentos. “Você deve, todos os dias, colocar como desafio este item, pois aprenderá muito, e pode aproveitar as lições no emprego da sua vida – ou até neste mesmo, se for efetivado”, completa Rosangela.

4 – Sua relação com você mesmo

Acha que não tem competência para esta função? Verifique se não é a ansiedade de ser perfeito, autoestima baixa (se você é daqueles que nunca se sente pronto), se falta disciplina para estudar (pegue os manuais, converse com pessoas que possam ajudar, destine tempo para seu treinamento, não espere que outros o treinem, corra atrás). Não dá para sempre achar que os desafios são difíceis demais e, por isso, você não vai nem tentar. Está com medo? Prepare-se e encare. Este tem de ser seu mantra.

5 – Sua relação com o salário

A empresa é maravilhosa, a função excelente, as pessoas são incríveis, mas o salário não é bom. “Reorganize-se financeiramente. É possível viver com um salário mínimo e ajustar o padrão de vida para ele – não é fácil, mas é possível -. Assim como é possível ganhar R$ 15 mil por mês e achar que pode ter um helicóptero e se endividar muito, porque não pode, na verdade”, explica a especialista. Planejamento financeiro é fundamental e você nunca poderá deixar de fazer, independentemente do seu salário. Vale a pena permitir-se ficar nesta empresa para adquirir experiência, e depois ser promovido ou buscar uma outra oportunidade? Sim? Então dê o seu melhor, não importa o salário. “O Neymar não jogava mais ou menos quando ganhava pouco. Ele deve ter mostrado seu talento a cada jogo para chegar aonde chegou. E você? Faz menos só porque não se sente reconhecido? Fica reclamando, mesmo que internamente, drenando a energia para o trabalho? Você tem de ser o cara que seu chefe vai convidar para compor a equipe dele, quando ele mudar de empresa e assumir a vice-presidência. Aí é você querer aceitar ou não”, complementa ela.

6 – Sua relação com o local de trabalho

Tudo lindo como no item cinco e até o salário é compatível com sua experiência. O problema é que este trabalho temporário é muito longe de sua casa. O tempo diário de deslocamento pode impedir você de realizar um projeto a curto prazo, que é sua graduação, pós ou curso de extensão. “Nunca desista de estudar porque sua empresa fica longe de sua casa e não dá tempo. Nunca. Você está assim abrindo mão do futuro, pelo presente. Mude de escola, more com sua tia, saia mais cedo para não pegar trânsito e aproveite que chegou cedo para estudar. Dependendo da empresa e da função, negocie chegar mais cedo e sair mais cedo, evitando assim o trânsito e otimizando seu tempo ao atravessar a cidade, especialmente se morar em grandes centros urbanos”, aconselha ela