A ligeira retração de -0,1% registrada em março ante fevereiro nas vendas do comércio divulgada nesta quarta-feira (15/5) pelo IBGE já era aguardada por líderes do movimento lojista, em função da alta dos preços dos alimentos e de efeitos sazonais do mês de março. Mesmo assim, o resultado ainda não preocupa o varejo, que foca atenção nos dados positivos da comparação anual e mantém firme a previsão de crescimento de 6% para 2013.

Na avaliação de líderes da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), ao analisarmos o crescimento de vendas na comparação anual, ou seja, em relação ao ano passado, temos em 2013 uma trajetória muito otimista. “O crescimento de março foi positivo: 4,5%. Em janeiro, também tivemos alta de 5,9% e, em fevereiro, um leve recuo [-0,3%]. Se levarmos em consideração que o primeiro trimestre do ano costuma ser o pior deles, logo chegamos à conclusão de que o resultado até agora é bom e que a previsão de 6% deve ser alcançada”, explica o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

Inflação e efeito sazonais

Na avaliação das duas entidades, a retração de -2,9% — março em relação a fevereiro de 2013 — no setor de livros, jornais e papelaria é explicada em virtude do término do período de volta às aulas. “O setor de papelaria cresce muito em janeiro e fevereiro por causa das grandes compras de materiais escolares. Acabado este período, é normal que as vendas caiam”, pondera Pellizzaro Junior.

Já a queda de -2,1% registrada no setor de supermercados, alimentos e bebidas é decorrente da alta dos preços. “A inflação corrói o poder de compra do consumidor, o que é facilmente percebido no volume de vendas”, avalia Pellizzaro Junior.

Para o presidente da CNDL, o cenário de inflação escapando do centro da meta não é desesperador, mas merece observação cautelosa pelos próximos meses.  “A inflação oscilando para fora do centro da meta não preocupa o poder de compra em curto prazo, mas deve ser observada com atenção. A política monetária brasileira deve ser vigilante, mas ao mesmo tempo não podemos retroceder na conquista histórica do recente ciclo de redução do juro básico”, alerta.

Fonte: CNDL