As dificuldades enfrentadas, atualmente, pelos empresários são muitas. Elas tangem as questões burocráticas do Estado, que se traduzem no que a gente chama de custos de conformidade, e também estão relacionadas à crise financeira pela qual o país atravessa. No cenário de crise, as dificuldades ocorrem porque há uma diminuição no volume de negócios realizados e na contratação de produtos e serviços.

E ainda, há dificuldades para o setor devido aos excessivos encargos que os empresários são obrigados a arcar, dentre eles: encargos sociais, previdenciários e tributários. Desse modo, ser empresário atualmente é um desafio.
Ainda com relação aos encargos, a questão tributária é um obstáculo para os empresários, considerando que, além dos impostos que são pagos, que deveriam ser revestidos em proveito para a sociedade, as empresas estão obrigadas a despender um volume financeiro com segurança, alimentação, saúde.

As empresas têm que oferecer um plano de saúde para os trabalhadores se quiserem que eles tenham uma saúde adequada. Caso contrário, os trabalhadores terão que recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) e isso pode significar vários dias afastados do trabalho, sem produzir. Então, além dos tributos, que deveriam custear programas sociais voltados para a saúde, educação e segurança, os empresários tem que arcar com esses gastos.

Diante do cenário de crise, o diálogo entre empresário e empregado deve ser transparente e de conscientização também. Então, o empresário precisa apresentar para os seus empregados as dificuldades que ele enfrenta e mostrar os números, por exemplo, da quantidade de demissões que está havendo no mercado, da quantidade de empresas que estão sendo fechadas. Isso serve para sensibilizar o empregado para a realidade atual da empresa e demonstrar que ser empresário hoje é um grande desafio diante de todas essas dificuldades.

Ao contrário do que se pregou durante muito tempo: de que o empresário estava interessado somente em lucros, hoje, a empresa cumpre uma função social muito importante. Essa função é um conceito muito amplo que pode ser exemplificado com a questão das empresas serem geradores de empregos, proporcionarem cidadania, protegem o meio ambiente e serem responsáveis por fazer a riqueza do país circular.

Com relação aos estímulos dados para o setor empresarial, eu defendo o empresário tenha o direito, em face do Estado, de ter uma redução da complexidade e custos regulatórios no Brasil. Isso porque os processos de abertura de empresas são muito complexos e burocráticos em todos os setores.

Se alguém deseja abrir uma empresa, é preciso esperar seis meses para receber o alvará de funcionamento emitido pela Prefeitura. Enquanto isso, o empresário já está pagando aluguel e funcionários. Ou seja, tendo gastos sem poder arrecadar. Essas burocracias são fatores que desestimulam a iniciativa privada. Por isso, que eu digo que ser empresário do Brasil é ser um herói.