Uma pesquisa nacional encomendada pela CNDL e pelo SPC Brasil mostrou que seis em cada dez empresários brasileiros não fizeram investimentos para recepcionar o aumento de demanda gerado pela Copa do Mundo.

Este pessimismo por parte dos comerciantes é explicado com dados da própria pesquisa. Segundo os entrevistados, não haverá investimentos (treinamento de pessoal, reforço de estoque, ampliação de loja, etc) pelo fato de os próprios empresários não enxergarem retorno com a Copa do Mundo.

Por que? Os comerciantes alegam que apenas setores específicos conseguem altas margens de lucro com o evento, como os segmentos de supermercado, bebidas geladas e de eletrônicos. Além desses, devem ser favorecidos os setores de hotelaria, alimentação e lazer que estejam próximos às arenas onde serão realizadas as partidas.

Isso sem mencionar as manifestações e os feriados decretados em dias de jogos, que reduzem o movimento do vai e vem nos estabelecimentos comerciais e que explicam, em parte, o pouco entusiasmo dos comerciantes com a realização do evento.

Prova disso foi a Copa das Confederações, considerada um evento teste para a Copa do Mundo. O setor varejista durante o período de realização da Copa das Confederações registrou uma visível desaceleração no crescimento de vendas ao compararmos com o meso período de anos anteriores.

Não estou de maneira alguma reduzindo a importância e a relevância deste evento que mobiliza o mundo inteiro. No entanto, é preciso medir as expectativas que foram anunciadas pelo Governo logo que o Brasil foi anunciado como sede do evento, há sete anos. O resultado deve ser positivo, mas não deve ser a salvação da lavoura.