Faça uma compra, junte cupons, se cadastre e concorra a prêmios. A mecânica das promoções de fabricantes bens de consumo e do varejo varia pouco. Para saber se essa fórmula continua atraente para o consumidor, a NewStyle – agência de marketing promocional do Grupo ABC – ouviu 1.050 pessoas em cinco cidades. Concluiu que o consumidor até participa das promoções do jeito que estão, mas estaria disposto a aderir bem mais se vários aspectos fossem diferentes.

Começa pelo tempo de duração. Esse tipo de campanha dura, em geral, de dois a três meses – uma “eternidade” para quem está esperando o resultado do sorteio. Alguns consumidores disseram que até esquecem que estão participando. Para 82% dos entrevistados, esse período deveria ser menor. E para 85%, a forma de participação tem de ser mais simples, com menos passos e exigências cadastrais.

“O que motivou a pesquisa é que sentíamos que estava tudo muito igual, com todos trabalhando no piloto automático, com promoções muito parecidas”, disse Claudio Xavier, diretor da NewStyle.

Pelo levantamento, as agências terão de sair da zona de conforto. Um dos principais resultados é que as campanhas teriam mais eficácia se fossem regionalizadas, considerando as preferências específicas do consumidor. “As agências estão muito acostumadas a fazer campanhas nacionais”, afirmou Xavier. Os mais afeitos às promoções são os pernambucanos – 60% dos entrevistados no Recife disseram gostar muito de participar. Já no Sul, a abordagem tem de ser outra: 64% dos gaúchos disseram que não são contra, mas não participam de promoções.

No geral, há uma percepção de que falta transparência a esses sorteios ou concursos. Uma reclamação comum é que as empresas se esforçam muito para divulgar a campanha, mas o resultado, não, o que gera desconfiança. Parece óbvio? Xavier concorda. “Fizemos descobertas muito óbvias, mas que não estão sendo usadas”, afirmou. “Apenas alguns ajustes podem trazer resultados melhores.”