O Indicador de Recuperação de Crédito, mensurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todo o país aponta um crescimento expressivo de 3% em abril no número de consumidores que conseguiram recuperar o crédito, considerando o acumulado dos últimos em 12 meses. Esta é a maior alta registrada desde o outubro de 2015. O dado é obtido a partir das exclusões de registros de inadimplência mediante pagamento integral da dívida ou renegociação do débito.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados refletem a gradual retomada da economia brasileira. “Apesar do aumento de pessoas que pagaram dívidas atrasadas, o volume de contas em aberto ainda é grande. Mas na medida em que a melhora da economia passe a resultar em queda do desemprego e no aumento da renda da população, o consumidor deve voltar a obter crédito”, destaca a economista.

Sudeste foi a região que mais colocou pendências financeiras em dia

Entre as regiões que apresentaram maior variação positiva no número de devedores com recuperação o crédito, o Sudeste é destaque no mês de abril, com 33%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em seguida vem o Nordeste, com alta de 26 %. A região Norte mostrou estabilidade do indicador no período, sem mostrar variação, enquanto as demais regiões tiveram variações mais tímidas do que a média nacional (25%), embora tenham registrado alta: Centro-Oeste (12%) e Sul (4%).

Dados do Indicador de Recuperação de Crédito revelam ainda que do total de inadimplentes que quitaram suas pendências em abril, a maior parte (46%) tem idade entre 30 e 49 anos. A segunda faixa que mais recuperou crédito (13%) foi a dos consumidores entre 18 a 29 anos, enquanto o público acima de 65 anos representa outros 12%. Na abertura por gênero, os números mostram que 51% dos que recuperaram o crédito são do sexo feminino e 45%, do sexo masculino.

Volume de dívidas renegociadas fica estável no acumulado de 12 meses, mas resultado é o melhor desde maio de 2016

Outra informação mensurada pelo indicador é o volume de dívidas quitadas. No acumulado de 12 meses, o dado ficou estável no mês de abril. Apesar de ainda ser um dado negativo, é o melhor resultado registrado desde maio de 2016, quando esse número chegou mostrou alta de 1%. No auge da crise, em setembro de 2016, o indicador chegou a -9%. Queda ainda mais expressiva aconteceu nas regiões Sul (-14%) e Norte (-11%). Houve também recuo de 3% no Sudeste e estabilidade do indicador no Nordeste. Apenas a região Centro-Oeste teve alta no número de dívidas quitadas em atraso (2%).

Entre o total de dívidas pagas, a maior fatia (56%) está relacionada a instituições financeiras — cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e seguros. O segundo tipo de dívida em atraso que foi mais regularizada refere-se às contas de água e luz, representando 23%. Em terceiro lugar aparecem pendências quitadas no crediário ou boleto no comércio, com 11%. Já as dívidas de contas de telefone, TV por assinatura e internet corespondem a 5%. “É muito importante evitar o superendividamento. A recomendação para o consumidor que precisa priorizar alguma conta é quitar as dívidas com juros mais elevados”, orienta a economista.