Os sinais de recuperação da economia fizeram com que os brasileiros voltassem a fazer compras. O último estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em setembro deste ano, mostra que o consumo das famílias impulsionou serviços e favoreceu o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,2% no segundo trimestre. Após o mês de junho, houve aumento de vendas para o Dia das Crianças e a expectativa é que este Natal seja melhor dos últimos quatros anos para comerciantes.

Índices de crescimento e queda das vendas:
2010 – 9,4%
2011 – 7,6%
2012 – 8,1%
2013 – 5%
2014 – 1,8%
2015 – 5% negativo
2016 – 4,9% negativo
2017 – Expectativa de 4,3%

Segundo Tertulino Passos, presidente Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado do Piauí (Sindilojas), o percentual de crescimento das vendas, neste final de ano, está entorno de 5% para os piauienses, em relação ao ano passado. Ele explica ainda que essa estimativa de aumento das vendas no Piauí é feita com base nas metas atingidas em outras datas comemorativas, como por exemplo, o Dia das Crianças, em outubro. Na ocasião, de acordo com o presidente, foi registrado um crescimento de cerca de 3%.

Para o Natal, o volume de produtos e serviços vendidos deve ser maior, pois todos os setores são beneficiados com a data, até o setor de construção, pois muitas pessoas aproveitam o final do ano para recebimento do 13º salário, para reformar a casa.
As quatro áreas que mais faturam

Nessa época, há um aumento de vendas em diversas áreas e setores, tornando vários tipos de serviços e produtos oportunos. Dentre os que mais faturam estão: decoração; alimentação; comércio e turismo.

No setor de alimentação se destacam os serviços de buffet de ceia de natal no ambiente de celebração das famílias e venda, nos supermercados, de comidas e bebidas característicos do período: castanhas, peru, frutas cristalizadas, carnes, espumantes, etc.

No setor Decoração estão os ornamentos típicos para adornar árvores, ceias e ambientes de modo geral. Tanto nas lojas especializadas no ramo como naquelas que aproveitam a data para comercializar produtos tradicionais da decoração natalina, as vendas começaram ainda no final do mês de outubro.

“Desde a última semana de outubro, os consumidores já estavam procurando pelos produtos natalinos. Então, próximo do dia 26 começamos a vender e a procura tem sido grande, por isso, estamos animados, confiantes que este ano será um ótimo Natal em vendas”, afirma Ângela Maria Soares, gerente da loja de variedades Maninho Atacadista. Com relação aos preços de árvores de natal, bolas e lâmpadas coloridas, guirlandas e os enfeites, Ângela Maria diz eles estão na mesma média do ano passado.

O Comércio em geral, onde todos os tipos de produtos são demandados nesse período para presente (brinquedos, roupas, calçados, acessórios, entre outros) também entra na lista dos setores que mais lucram com as vendas de fim de ano. E como já foi anunciado pelo presidente do Sindilojas, os trabalhadores e empresários desse setor esperam aumento nas vendas de cerca de 5%.

O setor de Turismo também fica aquecido, pois muitas pessoas viajam para passar o período com a família em outra cidade e há as que optam por fazer turismo e emendar com o Réveillon. No Piauí, os lugares mais procurados nesta época são as praias, situadas na região Norte do Estado, nas cidades de Luís Correia e Parnaíba.

De acordo com dados Polícia Militar, cerca de 120 mil turistas tiveram como destino o litoral Piauí para as festas do final do ano passado. Para 2017, a expectativa é que a média de público se mantenha.

Contratações temporárias foram primeiro sinal de recuperação
Em 2016, segundo informações das entidades ligadas à atividade comercial de Teresina, a crise econômica não permitiu que os empresários realizassem as contratações temporárias típica dos últimos três meses do ano. Mas, embora ainda não haja um levantamento exato de quantas pessoas foram contratadas, elas voltaram a acontecer embora em percentual muito menor que os 30% registrado em anos anteriores, segundo informa o Sindicato dos Comerciários.

Nacionalmente, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mais de 73 mil pessoas terão emprego temporário no comércio brasileiro para as festas de fim de ano, com alta de 10% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram geradas 66,7 mil vagas temporárias de emprego.

NATAL –A Confederação também possui uma projeção de crescimento para as vendas do comércio varejista brasileiro que gira entorno de 4,3%. Os fatores que contribuem para essa expectativa de aumento é a inflação baixa, juros em queda, retomada gradual do emprego e confiança das famílias em comprar. Diante dessa perspectiva, de acordo com CNC, a movimentação financeira deverá ser de R$ 34,3 bilhões até dezembro.

Natal é tempo de promoções

Os comerciantes estão animados, os especialistas dizem que os consumidores estão mais confiantes na economia e fazendo mais compras, mas não é por isso que as tradicionais promoções do final do ano, cujo objeto é atrair uma quantidade maior de pessoas para as lojas, deixam de acontecer.

Leonardo Mendes, sócio-diretor da Lelas, empresa voltada para o comércio de roupas femininas, diz que ele, juntamente com sua equipe, está organizando várias promoções para este final de ano, principalmente, para o público que gosta de dar presentes, participar de amigos ocultos. “Serão promoções exclusivas para nosso cliente presentear amigos e familiares. Teremos também a coleção de Natal, com roupas bem leves, adequadas ao nosso clima”, antecipa.

Sobre a expectativa para este Natal, Leonardo pontua dois fatores que o fazem acreditar no crescimento das vendas. “O primeiro é o resultado do trabalho que a gente vem fazendo ao longo do ano, de capacitação da nossa equipe, nossos funcionários, através de técnicas de coaching. Outro fator é a melhora da economia. Todos os indicadores estão mostrando crescimento, e nós acreditamos em um aumento de 20% a 30% de vendas, em relação ao Natal do ano passado”, explica.