Apesar da desaceleração da inflação em junho, a alta acumulada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos 12 meses ficou em 6,7%, acima do teto da meta do governo, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (5).

O índice ficou em 0,26% no mês passado, ante os 0,37% apurados em maio –quando o acumulado em 12 meses ficou exatamente igual ao teto da meta do governo, de 6,5%.

Em junho de 2012, o índice havia ficado em 0,08%.

O IPCA é o índice oficial da inflação, utilizado pelo governo como meta para controlar a alta de preços. O centro da meta é de 4,5% ao ano, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

A elevação dos preços está no foco das preocupações do governo.

O resultado de junho ficou abaixo das estimativas de analistas, que esperavam alta de 0,33%. O intervalo das previsões era de 0,30% a 0,35%.

Ontem, o Itaú Unibanco revisou sua previsão de inflação neste ano de 5,8% para 6,1% –no mês anterior, quando previa 5,6%, já havia alterado a sua projeção. A justificativa foi o câmbio. A alta do dólar afeta o preço de grãos e produtos importados.

O dólar sobe com a perspectiva de recuperação da economia dos EUA, que pode receber mais capital externo –o que significa menos dinheiro disponível para os emergentes.

Com forte desaceleração após ter pesado na inflação no início do ano, o grupo alimentação e bebidas subiu 0,04%, contra alta de 0,31% em maio, com destaque para a queda de 18,53% da cenoura e de 7,21% do tomate em junho. O grupo habitação teve alta de 0,57%, o de vestuário de 0,50% e o segmento de transportes de 0,14%.

O IPCA é pesquisado mensalmente em nove regiões metropolitanas e duas capitais do país (Brasília e Goiânia) para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.

BAIXA RENDA

Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação das famílias de rendimento menor (até cinco salários mínimos), teve alta de 0,28% em junho. A variação é inferior à de 0,35% registrada em maio.

Por causa da alta dos alimentos, que pesam mais na cesta de consumo das famílias de menor renda, o índice acumula alta de 3,30% no ano e de 6,97% nos últimos 12 meses.

Fonte: Folha.com