Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), corrigiu sua expectativa de crescimento para o varejo físico em 2017. A previsão inicial, divulgada no começo do ano, era de alta de 1,2%. Devido ao cenário favorável nas datas sazonais recentes, o número de vendas em lojas físicas foi acima do esperado, fazendo a estimativa subir para 1,5%. Enquanto isso, no ambiente digital, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) faz projeção de alta de 11% para o e-commerce nacional, um cenário impulsionado por ofertas personalizadas e ações que induzem o cliente a adquirir um produto ou serviço.

Uma das principais facilidades encontradas no comércio eletrônico é poder mensurar a quantia de visitantes e quais as páginas mais acessadas do site. Por outro lado, as lojas do varejo físico tinham dificuldades em quantificar esse tipo de número, o que pode ser crucial para uma boa definição de estratégias comerciais.

No entanto, o mundo está mudando. Atualmente, já existem diversas ferramentas que permitem aos lojistas a coleta de dados referente a quantia de visitantes, se estão indo ao estabelecimento pela primeira vez ou não, quanto tempo ficou e quais setores atraem mais público. Dessa forma, o varejo físico deu um grande salto no número de oportunidades e de proximidade com o ambiente digital.

O próximo passo para alcançar o e-commerce, tendo em vista as possibilidades de inovação, é ser capaz de identificar os clientes nas lojas físicas, algo que já ocorre no virtual há bastante tempo e que permite ações como as de remarketing, que oferece benefícios para cada consumidor individualmente, aproximando a marca do público.

O grande desafio do varejo é melhorar a experiência de compra. Muito se investe em lojas conceituais, provadores que utilizam dispositivos tecnológicos e outras ações de omni-channel. Mas tão importante quanto a inovação é a possibilidade de trabalhar cada cliente de forma customizada. Identificar seu nome, idade e gênero e conhecer seu histórico nas visitas anteriores, o que comprou ou quantas vezes deixou o estabelecimento sem comprar nada, são informações valiosas para uma abordagem mais personalizada e relevante.

Em um mundo onde as ferramentas digitais estão cada vez mais unidas ao cenário real, ser disruptivo é saber utilizar a tecnologia para ampliar as estratégias dos negócios e também otimizar as tarefas cotidianas nos mais variados aspectos.

Walter Sabini Junior — Sócio-fundador da FX Retail Analytics, empresa que oferece inteligência para o varejo por meio do monitoramento de fluxo.