Com o anúncio do resultado da Petrobrás nessa semana, o Brasil começou a ver que 2013 não será um mar de rosas. As palavras da presidente da empresa deixaram claro que a petroleira terá uma série de dificuldades neste ano. Dificuldades decorrentes da utilização de sua mercadoria, os combustíveis, usados para combater os temores da inflação.

E é este o ponto crucial para o Brasil já neste início de ano, do qual deverão decorrer medidas que vão mexer no bolso de todos os brasileiros. Os números divulgados recentemente apontam a manutenção da pressão inflacionária em janeiro, o que não deveria ter ocorrido uma vez que tivemos uma redução importante no custo da energia elétrica e o aumento no preço dos combustíveis ainda não havia sido sentido.

Analistas prevêem que a inflação não deve dar trégua durante todo o ano, o que fará o Governo alterar a forma de gerir a macroeconomia brasileira, mudando também a forma de pilares estabelecidos como a política cambial, as metas de inflação e as de superávit. Sem mencionar, é claro, as metas da política de taxa de juros.

Outro ponto que merece destaque é a inadimplência que continua alta. Apesar de os números dos bancos neste quesito terem recuado, este decréscimo se deve muito mais à política de concessão de crédito mais rígida no segundo semestre de 2012 do que de uma melhora no orçamento dos brasileiros.

Temos ainda a questão dos incentivos fiscais dados durante o ano passado para a linha branca, móveis e automóveis e que agora começam a ser retirados, ou seja: mais pressão sobre os preços.

Assim, vejo que não teremos um 2013 tão melhor que 2012, mas um 2013 com desafios muito maiores. Daqui em diante, o Governo terá de mostrar muito mais capacidade de gestão do que vinha apresentado e criar novas ferramentas para navegar num mar onde os ventos já não são tão mais favoráveis quanto se havia apresentado em outros tempos. Cito um ditado que fala que “aquele que anda por caminhos já trilhados somente chegará onde alguém já chegou”. Dessa forma, para ultrapassar este momento, o Brasil precisará ir aonde ninguém ainda esteve.