O nível de endividamento das famílias com os bancos parou de crescer em setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Banco Central. A estabilização interrompeu uma sequência de oito meses de alta do indicador.

Em doze meses até setembro, o endividamento das famílias somou 45,31%, contra 45,36% em doze meses até agosto, de acordo com números da autoridade monetária. Neste ano, porém, o endividamento cresceu 1,87 ponto percentual, visto que estava em 43,44% no fechamento de 2012.

“Isso [alta do endividamento das famílias em 2013] ocorre fundamentalmente por causa do crédito imobiliário. O endividamento cresce de forma sustentada”, afirmou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

Alta nos últimos anos
O endividamento das famílias vem registrando alta, embora não de forma contínua, desde o início da série histórica da autoridade monetária, em janeiro de 2005. Naquela época, estava em um patamar bem menor: 18,39%. Em fevereiro de 2007, atingiu a marca de 25% e, no início de 2008, superou a barreira dos 30%. A marca dos 40% foi registrada no começo de 2011.

“Isso acontece porque teve crescimento da economia e ascensão de parte da população para classes de renda mais elevada. O crescimento se dá em bases muito salutares do sistema financeiro, sinalizando a sustentabilidade”, acrescentou Maciel, do BC.

Endividamento tem queda sem crédito imobiliário
Os dados do BC mostram que, excluindo o crédito imobiliário, o endividamento das famílias registrou nova queda. Em doze meses até setembro, somou 30,22% – contra 30,38% no ano encerrado em agosto. Em doze meses até julho, estava em 30,41%.

Economistas avaliam que os tomadores de crédito estão trocando o aluguel pelas prestações do financiamento – o que é positivo, uma vez que estão constituindo patrimônio.

Entre maio de 2011 e setembro de 2012, o endividamento das famílias, tirando o crédito imobiliário, operou acima de 31%. O patamar atual, porém, está bem acima do registrado no início da série histórica, em 2005, quando somava 15,2%.

Comprometimento da renda recua
Os números da autoridade monetária também revelam que o comprometimento mensal da renda das famílias com pagamento de empréstimos para instituições financeiras registrou estabilidade em doze meses até setembro (21,45%), mesmo patamar de agosto. Em 2005, este indicador estava em 15,61%, atingindo a barreira dos 20% em junho de 2011.