As empreendedoras brasileiras solteiras são mais ambiciosas, enquanto as casadas são mais persistentes, segundo análise de uma pesquisa feita pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). A persistência foi o principal aspecto a que as entrevistadas casadas e solteiras atribuíram o sucesso do seu negócio (42% entre as casadas e 37% entre as solteiras). Em segundo e terceiro lugar estão confiança e ousadia, ambas mais citadas por mulheres solteiras do que pelas casadas.

“Acredito que isso tenha a ver com o perfil e o momento de vida de cada uma. A mulher casada tem uma rotina ligada à persistência, enquanto a solteira está em um momento de vida em que pode se arriscar mais”, diz Luiza Rodrigues, economista do SPC.

Em relação ao sucesso do negócio, ambas acreditam que ele pode ser definido por clientes satisfeitos e fiéis (28% das mulheres casadas e 25% das solteiras). No entanto, 24% das mulheres solteiras valorizam mais a rentabilidade, ante 17% das casadas.

“Para as mulheres casadas, um dos motivos para empreender é a flexibilidade do trabalho, que as permite cuidar dos filhos. É normal que a rentabilidade se torne menos importante”, explica Rodrigues.

Esse também é um dos motivos que levam 76% das mulheres casadas a afirmarem que insistiriam no próprio negócio mesmo se tivessem a oportunidade de ter um emprego fixo, com carteira assinada, trabalhando 8 horas por dia e ganhando a mesma quantia. Entre as mulheres solteiras, esse número é menor: 67%.

“Podemos ver que as motivações para empreender são várias, mas diferem entre os perfis. A mulher casada abre um negócio sem querer correr riscos, porque aquilo se assemelha ao seu estilo de vida. A mulher solteira tem mais ambição”, diz. O estudo ouviu 601 empreendedoras em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.