São diversas e variadas as áreas em que existe escassez de talentos e dificuldades por parte dos empregadores para encontrar o profissional adequado. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), sete em cada dez empresas industriais brasileiras enfrentam problemas com a falta de trabalhadores qualificados. São técnicos, engenheiros, operadores de produção, profissionais de TI, mecânicos, entre muitos outros.

No campo técnico estão as maiores dificuldades, de automação a edificações, passando por eletrônica, alimentos e bebidas. Trabalhadores com habilidades específicas ou autônomos como costureiras, passadeiras, encanadores, pintores, eletricistas e pedreiros também não se encontram com facilidade. O mesmo pode-se dizer do setor de transportes de cargas, onde também é identificada carência de bons profissionais para a função de motorista.

“O Brasil segue uma tendência mundial. Em algumas áreas a falta de profissionais justifica-se pelo aumento da demanda nos últimos anos, já que a formação e o treinamento desses trabalhadores não acompanharam o ritmo de crescimento do setor”, revela o especialista em Recursos Humanos, Ricardo Karpat.

Karpat acredita que os investimentos do país em capacitação deixam a desejar. “Na medida em que se buscam profissionais aptos a desempenharem funções mais técnicas, comprova-se que o Brasil não se preparou para atender essa demanda. Em consequência, surge a falta a candidatos qualificados para ocupar cargos em larga escala dentro das empresas”, afirma.

Segundo o especialista, a resolução do problema passa por mais treinamentos específicos e cursos de atualização, especialmente os ligados a novas tecnologias. “Também é preciso atrair jovens sem experiência para essas áreas. As universidades precisam se reposicionar em relação à demanda do mercado de trabalho e também é necessário maior investimento em escolas técnicas”, finaliza Karpat.