Uma pesquisa divulgada  pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) apontou que oito em cada dez pessoas (84%) inadimplentes conseguem livrar-se das dívidas quando procuram os bancos pessoalmente para renegociar o que devem. O percentual de consumidores das classes C, D e E que chegaram a um acordo com o banco é 6% maior do que os das classes A e B.

De acordo com o estudo, os dados evidenciam uma mudança na forma como as instituições financeiras se relacionam com o cliente. Em depoimento ao SPC, o presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior, atribuiu a mudança à portabilidade das dívidas, implementada em abril do ano passado – que permitiu transferir os débitos de um banco para outro. “Para contornar a concorrência, os bancos estreitaram a relação com os clientes e desburocratizaram a negociação”.

Quatro em cada dez consumidores inadimplentes tiveram os nomes incluídos em serviços de proteção ao crédito por atrasos referentes a cartões de crédito (46%) ou financiamentos bancários (40%). Além disso, quase a metade dos débitos (45%) estão concentrados em valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. “São valores altos, que em muitos casos ultrapassam em cinco vezes o valor da renda familiar dessas pessoas”, analisou o gerente financeiro doSPC Brasil, Flávio Borges.

O consumidor com e sem dívidas

Ainda segundo a pesquisa, pertencer à classe C, ser autônomo, ter gasto fixo com aluguel e possuir baixa escolaridade são algumas das características dos consumidores inadimplentes. Por outro lado, pertencer às classes A, D ou E, ser funcionário público e estar empregado há mais de cinco anos são atributos relacionados ao consumidor que mantém as contas em dia.

O estudo ouviu 1.238 pessoas das 27 capitais brasileiras, entre os dias 24 de julho e primeiro de agosto.

Fonte: IG