Em setembro, a taxa de desemprego ficou em 4,9% no conjunto das seis regiões metropolitanas, depois de marcar 5% no mês anterior, a menor em 12 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de setembro é o menor para o mês de setembro da série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002. No mesmo mês do ano passado, o desemprego ficou em 5,4%.

A quantidade de pessoas desocupadas chegou a 1,2 milhão e mostrou estabilidade na comparação com agosto. Já frente a setembro do ano passado, foi registrada queda de 10,9%. Quanto à população ocupada, que bateu 23,1 milhões, não houve variação nem em relação ao mês anterior nem diante de setembro de 2013. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado atingiu 11,7 milhões, ficando estável em ambas comparações.

“Ao longo de 2014, as comparações anuais [comparação entre os meses do ano anterior] mostram que você tem redução da procura, aumento da inatividade. E essa redução da procura de fato acaba diminuindo a taxa. A taxa cai porque menos pessoas buscam a posição no mercado. Você não vê redução significativa de postos, mas não observa formações significativas de postos. A população ocupada não vem se movimentando”, disse Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de Rendimento e Emprego do IBGE.

Na análise regional, em relação a agosto, a desocupação cresceu no Rio de Janeiro, de 3% para 3,4% e diminuiu em São Paulo, de 5,1% para 4,5%. Nas outras regiões pesquisadas, não houve variação. No entanto, quando são os comparados os mesmos meses de 2012 e 2013, observa-se que a taxa avançou em Porto Alegre, de 3,4% para 4,9%, mas recuou em São Paulo, de 5,8% para 4,5%, e no Rio de Janeiro, de 4,4% para 3,4%. No restante das regiões metropolitanas, as taxas ficaram parecidas frente a um ano atrás.

“Se as pessoas estão desistindo de procurar, ou se estão adiando a procura, são decisões diferentes que impactam a mesma variável, ou seja, a PD [população desocupada] cai. Mas se estão procurando e não acham, não tem como se avaliar. Afirmar que as pessoas não param de buscar porque não acham não está muito aderente ao que a gente vem observando na série histórica que é chamada de pessoas desalentadas”, completou.

Salário estável

O salário médio dos trabalhadores ficou em R$ 2.067,10 – um aumento de 1,5% em relação a um ano atrás. Mas, frente a agosto, ficou praticamente estável. Nessa base de comparação, os salários aumentaram no Recife (3,6%) e em Porto Alegre (4,2%), mas caíram em Salvador (2%), Belo Horizonte (1,%) e São Paulo (0,6%)).

Frente a setembro de 2013, mostrou aumentos os salários dos trabalhadores do Recife (7,4%); do Rio de Janeiro (6,4%) e de Porto Alegre (6,3%). Em Salvador, ficou 6,1% menor e, em Belo Horizonte, recuou 2,7%.

Desempenho por setores

Entre todos os setores analisados pelo IBGE, o desemprego do setor de construção mostrou a maior variação. Em relação a agosto, houve queda de 3,5%, ou seja,  63 mil pessoas a menos. Na comparação com o nono mês de 2013, o recuo foi ainda maior, de 6,4%, nas indústrias (6,4%). Em outros serviços, foi registrada alta de 3,3%.

A população não economicamente ativa foi estimada em 19,2 milhões de pessoas, indicando estabilidade sobre agosto e alta de 3,7% diante de setembro do ano passado.