Engana-se quem ainda pensa que o traço do empreendedorismo restringe-se a somente um perfil específico de personalidade e postura profissional. Com tantas possibilidades no mercado, foi-se o tempo em que a figura do empresário representava o clássico homem de negócios a frente de uma companhia multinacional.

Hoje em dia, com a crescente demanda por inovações, encontramos espaço para que os mais diversos alinhamentos de caráter possam encontrar o seu nicho e sua forma de trabalho mais adequada, garantindo assim a possibilidade de sucesso para todos que queiram se aventurar em novos territórios. Vamos então conhecer alguns dos perfis mais frequentes no cenário empresarial brasileiro e seus respectivos potenciais em suas áreas de atuação.

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Franqueado e franqueador

Embora nem sempre considerado um empreendedor propriamente dito, a iniciativa de comandar o próprio negócio exige um espírito de liderança e inovação nato. Normalmente, o franqueado busca uma renda mensal média e de retorno consideravelmente rápido em seu investimento, sem ampliar demasiadamente a visão do negócio a longo prazo. Mas, de qualquer forma, o franqueado é um dos tipos mais presentes no mercado e, por conta disso, parte fundamental do fluxo da economia. Enquanto isso, o franqueador é o outro lado da moeda: ao construir uma rede, espera-se um retorno mais demorado porém duradouro, com aspirações de expansão do negócio e, naturalmente, de seu público-alvo.

Um bom exemplo são os gerentes de unidades de grandes franquias comerciais; eles não detém a propriedade do negócio, porém são os responsáveis por toda a sua gestão e atividade econômica.

Cooperado

O empreendedor cooperado pode ser definido como aquele indivíduo que cuja produção é autônoma, porém, trabalha em conjunto com alguma comunidade ou companhia, atrelando assim seu trabalho e seus resultados aos de toda a empresa. Sem buscar um crescimento diretamente ligado ao do negócio ao que está ligado, o empreendedor cooperado geralmente dispõe de poucos recursos e não toma grandes riscos no mercado. Mas ainda assim, seu traço mais forte é sempre o de trabalho em equipe, afinal, tanto seu nome quanto seu trabalho estão vinculados e respondem a uma instituição.

Neste caso, podemos ressaltar artesãos, costureiros, ilustradores, redatores, dentre muitas outras modalidades freelancers de trabalho – autônomas, porém regidas por um contrato que as conecta a entidades externas.

Informal

Sendo um perfil que mais surge da necessidade do que do sonho pelo próprio negócio, o empreendedor informal é um dos mais comuns no país exatamente pela busca de um retorno rápido e sem grandes perspectivas para o futuro do negócio. Por não buscarem grandes resultados, raramente se colocam em grandes riscos, porém, dependendo do potencial do serviço prestado por este indivíduo, não raramente um empreendedor informal se encontra em expansão e diante de uma demanda maior do seu trabalho, o que pode transformar sua iniciativa em um grande empreendimento, ainda que “por acidente”.

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Muitas vezes o empreendedor informal é aquela pessoa que abre uma loja na própria casa, uma oficina na garagem, que aceita encomendas para fora e produz tudo internamente. Sem uma regulação própria, mas de todo modo, prestando um serviço e se mantendo financeiramente com os seus frutos.

Social

Um tipo de empreendedorismo que tem crescido muito atualmente por conta da geração de jovens cada vez mais engajados com causas sociais e comunitárias, o empreendedor social, assim como qualquer outro, irá buscar o lucro, o crescimento profissional – porém, este objetivo está intimamente ligado ao desejo de realizar um trabalho que beneficie um determinado grupo de pessoas em situação de carência ou necessidade.

Trabalham muito bem em equipe, são naturalmente visionários e possuem um viés de sustentabilidade que sempre permeia suas ações. Dentre seus exemplos, podemos citar empresas cujo público-alvo são pessoas portadoras de deficiências, moradores de regiões em situação de risco e organizações que visam a aplicação de políticas públicas em prol do bem estar geral da sociedade.

Individual

O individual se assemelha muito ao informal devido ao fato de ambos possuírem a necessidade de empreender para sobreviver. Porém, o ponto que os diferencia é a regularização de seu trabalho, uma vez que um empreendedor individual se categoriza como um MEI, um microempreendedor individual. Trabalha de forma independente, visa um crescimento rápido e particular e geralmente enxerga oportunidades em campos até então pouco explorados. Normalmente é de natureza flexível às demandas do mercado e procura sempre se manter em evolução perante ao que lhe é exigido para garantir seu público e seu espaço em determinado segmento. Contadores, consultores e advogados, por exemplo, fazem parte deste parcela de empreendedores.

Público

Similar ao cooperativo e ao social, o empreendedor público traz as características mais marcantes de cada um destes tipos, o trabalho em equipe e a valorização do trabalho em prol da comunidade, porém ele aplica estas qualidades na esfera governamental.

Geralmente são funcionários do setor público que, ao enxergar a oportunidade de otimizar serviços básicos e essenciais, tomam a iniciativa para fazê-lo e utiliza dos recursos que tem em mãos para fazer melhorias dentro de sua realidade.

Conhecimento

O empreendedor focado no conhecimento é aquele que sempre buscará a especialização em determinada área antes de tudo. Ele quer se tornar uma referência em seu mercado, garantindo assim um público fiel que o procure não necessariamente por uma oferta de preço atrativa, por exemplo, mas sim, pela qualidade exímia de seus serviços prestados. Este empreendedor atrela de maneira muito forte seus ganhos profissionais às suas realizações pessoais e busca sempre ser reconhecido pelos seus feitos em seu campo de especialização.

Corporativo

Este perfil é extremamente valorizado e procurado pelas empresas em geral por ser aquele indivíduo que, como colaborador de uma companhia, busca sempre desenvolver novas ideias e iniciativas dentro dela, agregando assim, muito valor à instituição que trabalha.

É uma pessoa que aspira ascender na carreira de forma contínua e valoriza o trabalho que exerce na corporação, entendendo que como uma célula de seu todo, ele é fundamental para seu pleno e bem sucedido funcionamento.

Do próprio negócio

Este perfil de empreendedor geralmente é aquele visto como genial, como visionário em dado segmento pela sua capacidade de enxergar oportunidades até então despercebidas. Ele vai além da visão do empreendedor informal ou do individual, por exemplo, que tomam a iniciativa pela própria necessidade e geralmente não buscam traçar uma trajetória de mercado; o empreendedor do próprio negócio planeja a longo prazo, visando sempre a expansão de mercado e de público-alvo.

Sua característica mais marcante é com certeza a ambição, a vontade de crescer e sempre continuar aprendendo tanto quanto possível para entregar o melhor serviço ao seu nicho de consumidores. Similar ao empreendedor do conhecimento, suas atividades profissionais se relacionam fortemente à sua realização pessoa, fazendo assim, da sua carreira, o seu sonho.

Um mundo a ser explorado

Felizmente, o mundo dos negócios não se limita a um recorte de personalidade – ao menos, não mais. Pessoas de todas as bagagens culturais e cenários socioeconômicos podem procurar inovar ao fazer aquela simples pergunta: o que está faltando ao meu redor hoje? Como posso, com as habilidades e recursos que possuo hoje, oferecer algo novo?

Precisamos nos desligar da ideia de que somente grandes negócios têm lugar no mercado. Um empreendimento de bairro, uma iniciativa que seja na própria casa: se existe um público, existe uma demanda. E quando conseguimos enxergá-la, temos a oportunidade de expandir nosso alcance, perspectiva e principalmente, de crescer tanto profissional quanto pessoalmente.