Como as lojas físicas poderão prosperar no Século XXI? A pergunta, tema da principal sessão do Retails Big Show, que acontece em Nova York, foi respondida com cases de mercado e levou à reflexão varejistas do mundo todo.

A sessão foi liderada por Rick Caruso, fundador e CEO da Caruso Affiliated, reconhecida mundialmente como um dos mais inovadores e bem-sucedidos desenvolvedores de complexos varejistas. Sua receita: o comprometimento com o senso de serviço à comunidade local, ou seja, oferecendo uma experiência de consumo ligada à cultura de cada lugar onde se insere.

Caruso considera que as lojas físicas, frente ao varejo on-line, possuem oportunidade de renascimento, com foco na criação do que chamou de uma “experiência de compra mágica”. Conforme comenta o empresário, o consumidor quer se sentir bem no ambiente de consumo e assim, seguramente, compra mais. “O sucesso está na conexão do varejo com o seu público”, ensina.

Chave é o relacionamento

Para Roque Pelizzaro, da CNDL, pode-se dizer que o varejo físico tem um espaço assegurado no futuro do comércio. Entretanto, ele vai ter que se redesenhar e voltar à origem do varejo. “Resumindo isso tudo em uma palavra ela é: relacionamento”, diz. Para ele, “a loja física vai ter que usar a tecnologia para melhorar o relacionamento com o seu cliente. O que aconteceu ao longo do tempo foi que o varejo foi crescendo, se distanciando e se desarmonizando com a sua clientela. E o varejo físico que vai permanecer no século XXI é o focado no relacionamento, no contato, num trânsito de informações em duas vias”, diagnostica Pelizzaro. Ele entende ainda que o conceito de lojas muito grandes está morrendo. “Surgem lojas menores, mais focadas na comunidade onde estão e com um portfólio adequado àquele ambiente”, conclui.

Desempenho do setor e Copa

Ao fazer um balanço do ano passado e projetar o atual, Roque Pelizzaro afirma que 2013 não foi um ano ruim para o setor. “É que estávamos acostumados a um crescimento muito acima do que se viu. O Brasil está sob um novo patamar de resultado. Não existe nenhum cenário futuro que possa projetar uma expansão como tivemos em 2010, 2011. Nós teremos neste ano um cenário muito parecido com o de 2013, com expansão prevista de 4,5%”, avaliou.

A preocupação, segundo revelou, é com a situação do comércio nas cidades sedes da Copa – caso de Fortaleza. Para o líder lojista o setor pode passar pelo percalço de lojas fechadas nos feriados de dias de jogos. “É uma anomalia que vai trazer um prejuízo enorme para essas economias, que são as 12 principais cidades brasileiras”, dispara.

Segundo ele, foi iniciado um diálogo no fim do ano, no sentido de tentar reverter isso, que deve ser retomado agora. “Oficiamos ao Ministério dos Esportes e “à Secretaria Nacional da Copa para que revejam essa posição. O turista quer o comércio aberto”, afirma. Atualmente, acrescenta não há ainda nenhuma sinalização de resultado”. De acordo com Honório Pinheiro, da FCDL, conversas com o governo estadual e a Prefeitura de Fortaleza também foram iniciadas.