A princípio, o consumidor não sentirá no bolso o impacto da elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis e eletrodomésticos, que começa a vigorar a partir desta segunda-feira (1º/7). O repasse do tributo para os preços por fabricantes e lojistas não será imediato, sob pena de as vendas, que já andam fracas, desabarem. Os empresários admitem que, com a inflação destruindo o poder de compra, o excesso de endividamento das famílias, a alta dos juros e a desvalorização do real frente ao dólar, o orçamento dos consumidores não comporta mais reajustes.

O quadro está tão dramático para os lojistas que, antes mesmo de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciar o fim do IPI reduzido — o imposto subirá gradualmente até setembro —, as perspectivas para as vendas já eram ruins. A previsão era de crescimento de 4%, metade do registrado em 2012. Agora, as apostas são de incremento de 2%, caso a inflação dê uma trégua nos próximos meses. “Estamos em meio a um quadro de grandes incertezas”, admitiu Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC).