A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) reprovam o novo aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, o que leva a Selic ao patamar de 10,5% ao ano, o mais alto desde janeiro de 2012. A decisão foi tomada na noite desta quarta-feira (15/01) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Na avaliação da CNDL e do SPC Brasil, a decisão é prejudicial para o comércio. Algumas das razões é que o aumento dos juros freia a expansão do crédito no país, reduz o consumo e inibe a criação de novos postos de trabalho, justamente no momento em que com uma menor expansão da massa salarial, as vendas no varejo dão sinais de desaceleração — indicador do SPC Brasil divulgado ontem (14/1) mostrou que as vendas a prazo cresceram 4,12% em 2013 ante 7,16% em 2012.

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, a elevação dos juros não é capaz de resolver sozinha a escalada dos preços. Para isso, o controle inflacionário precisa ser realizado, prioritariamente, por meio de um amplo ajuste fiscal na máquina pública, com cortes de gastos do governo e desoneração dos setores produtivos.

“O sucessivo aumento da Selic é um sinal de que o governo não quer fazer seu dever de casa. O combate à inflação deve ser realizado a partir de uma política de corte dos gastos do governo. Sem essa contenção, o simples aumento da Selic não será suficiente para resolver o problema. Exemplo disso é que mesmo após seis altas consecutivas, a inflação encerrou 2013 ainda muito acima do centro da meta oficial”, defende Pellizzaro Junior.