A base de comparação fraca levou a uma melhora no índice de intenção de consumo do brasileiro em junho, ante o mês anterior. No entanto, no confronto com igual mês em 2012, o brasileiro ainda está menos disposto a gastar dinheiro com bens duráveis ou não. É o que mostra pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A entidade apurou aumento de 1,9%, para 130,1 pontos, no Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em junho, ante maio, quando o mesmo indicador recuou 2,2%. No entanto, na comparação com junho do ano passado, o ICF mostrou recuo de 3,8% este mês. Em maio, o indicador mostrava retração de 6,2% na comparação com igual mês em 2012. A leitura de 130,1 pontos é a terceira menor da série, iniciada em janeiro de 2010

A CNC lembrou que até o desempenho positivo em junho o indicador mostrava taxa negativa nos últimos três meses, em relação ao mês imediatamente anterior. Essa base de comparação baixa permitiu a taxa positiva no ICF, informou a entidade.

A elevação do indicador em junho ante maio foi puxada pelo otimismo entre as famílias de maior poder aquisitivo. Nos consumidores com ganhos mensais acima de dez salários mínimos, a intenção de consumo subiu 2,8% no período.

Mas a entidade destacou, em seu comunicado, que na comparação com igual mês do ano passado, o mês de junho desse ano mostrou perda de poder de compra, derivada de um nível mais elevado de inflação e do menor crescimento da renda; além de manutenção de patamar ainda alto de endividamento e de inadimplência.

Em relação a junho de 2012, todos os sete tópicos usados para cálculo do ICF tiveram recuo. É o caso do emprego atual (-1,7%); perspectiva profissional (-4,3%); renda atual (-2,3%); compra a prazo (-4,5%); nível de consumo atual (-4,9%); perspectiva de consumo (-5,5%); e momento para duráveis (-3,7%).

Na prática, o aumento do custo do crédito este ano afetou a intenção de compras a prazo. A CNC lembrou ainda que o fim gradual da desoneração fiscal, e o impacto da desvalorização cambial nos últimos meses sobre os preços de bens duráveis, como automóveis e geladeiras, provocou queda na intenção de consumo desse tipo de produto.

Tendo em vista o cenário atual, até junho, a confederação manteve perspectiva de alta de 4,3% nas vendas do varejo em 2013. Em 2012, o volume de vendas do varejo ampliado, que inclui automóveis e materiais para construção, cresceu 8,0%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O faturamento aumentou 9,5%.

Fonte: Uol Notícias