A partir de fevereiro, qualquer lojista que tenha créditos a receber de vendas parceladas no cartão poderá negociar esses recebíveis com qualquer a instituição financeira O Banco Central lançou nessa quinta-feira (25/9) uma nova ofensiva sobre o mercado de cartões de crédito. A partir de fevereiro do ano que vem, qualquer lojista que tenha créditos a receber de vendas parceladas no cartão poderá negociar esses recebíveis com qualquer a instituição financeira, o que lhe permitirá buscar as melhores condições de financiamento. Hoje, por falta de padronização de contratos e normas, essa operação é limitada a um pequeno número de bancos e operadoras de cartão de crédito.

O BC vai criar uma espécie de catálogo universal de vendas no cartão, com detalhes como as datas em que os pagamentos serão efetuados, os valores das parcelas e a taxa de juros da operação. Hoje, essas informações já são colhidas pelas operadoras junto aos lojistas, mas de forma individual. As duas maiores empresas do setor, Cielo e Redecard, que detém cerca de 90% desse mercado, têm formas diferentes de contabilizar essas informações. Para piorar, costumam compartilhar essas informações apenas com bancos parceiros.

Assim, quando um lojista tenta utilizar esses recebíveis como garantia para tomar empréstimos, ele acaba conseguindo negociar apenas com bancos parceiros dessas duas empresas. “A gente deu meios para que haja uma maior concorrência no mercado”, disse o chefe do Departamento de Operações Bancárias do Banco Central, Daso Maranhão.

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) comemorou a medida. “Nós acreditamos que será possível reduzir em até 30% o custo para antecipar um recebível”, disse o presidente da entidade, Roque Pellizzaro Junior. A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs) disse que se manifestará “oportunamente” sobre a medida. Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) preferiu não comentar o assunto.

Fonte: Correio Braziliense