O jeitinho brasileiro de deixar tudo para a última hora vai prevalecer mais uma vez neste Natal. Se depender do consumidor brasileiro, os corredores das lojas e dos shopping centers vão ficar lotados nesse fim de ano. Um estudo realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) estima que 16,5 milhões de brasileiros vão deixar para escolher os presentes na semana que antecede o Natal, motivados principalmente pelo pagamento da segunda parcela do 13º salário.

De acordo com o levantamento realizado pelo SPC Brasil em todas as capitais, 54% dos entrevistados – o que corresponde a 49,5 milhões de brasileiros –, afirmaram que fariam as compras natalinas na primeira quinzena de dezembro e 18% admitiram que deixariam para comprar os presentes na última semana antes do Natal.

A pesquisa mostra ainda, que as mulheres tendem a se planejar um pouco mais do que os homens. 16% das mulheres entrevistadas responderam que iriam às compras somente na véspera do Natal, contra 21% da parcela masculina dos entrevistados.

Comprar de última hora é um mau negócio

Na avaliação do gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, deixar as compras natalinas para a última hora não é uma boa opção para quem pretende gastar menos. “Quanto mais perto do Natal, mais caros os presentes ficam. Se o consumidor deixa para comprar em cima da hora, acaba não tendo tempo para pesquisar preços e, consequentemente, desembolsa mais. Sem mencionar ainda, o risco dele não encontrar o produto desejado”, explica Borges.

Os economistas do SPC Brasil alertam para o que consumidor, movido pelo estresse e pela empolgação, não acabe fazendo compras por impulso. “Na pressa por garantir todos os itens da lista e para não deixar ninguém sem presente, o consumidor acaba dando menos importâncias aos detalhes e cede às compras impulsivas. Sem falar no estresse ocasionado pelas longas filas nos caixas e pela dificuldade para encontrar até mesmo uma vaga nos estacionamentos dos shoppings”, adverte Borges.

O gerente financeiro lembra que após os gastos com as festas de fim de ano, os consumidores são obrigados a arcar com o pagamento de compromissos sazonais de alguns tributos como IPVA, IPTU, seguro obrigatório do carro, material e matrícula escolares, o que juntos pressionam o orçamento doméstico.

“Uma dívida feita sem planejamento pode comprometer o orçamento de muitos meses. O efeito imediato das compras impulsivas e não planejadas feitas no período natalino é a inadimplência, pois somente depois que as contas de início de ano chegarem é que o consumidor vai se dar conta de que o salário não será suficiente para cobrir a soma de todas as parcelas dos presentes comprados”, alerta Borges.

Metodologia

O estudo do SPC Brasil foi realizado em novembro deste ano, nas 27 capitais brasileiras. A pesquisa ouviu 651 consumidores pertencentes a todas as classes econômicas e que têm intenção de presentear alguém neste Natal. A margem de erro é de 3,8 p.p.

Os sete mandamentos do SPC Brasil para quem deixou as compras natalinas para a última hora:
1. Saia de casa tendo em mente o que pretende comprar. Estabeleça um valor máximo para gastar e seja disciplinado para não excedê-lo;
2.  Procure definir faixas de preços para cada presente e priorize as compras a vista. Se o pagamento for em dinheiro, tente negociar um desconto com o lojista;
3. Fuja dos congestionamentos e da dificuldade de encontrar vagas nos estacionamentos. Avalie se não é melhor ir às compras de transporte público ou de táxi;
4. Para escapar do tumulto de shopping center, considere as lojas de rua como uma boa alternativa;
5. Se for ao shopping, procure concentrar suas compras nos horários de menos fluxo, como entre 10h e 11h ou no início da tarde, entre 14h e 15h;
6. Se for comprar pela internet, fique atento ao prazo de entrega. O atraso na entrega de encomendas é um problema que muitos consumidores enfrentam nesta época do ano;
7. Para quem não conseguiu comprar o presente desejado, uma boa ideia é aproveitar as liquidações de janeiro, quando os comerciantes apostam nos saldões e nas promoções especiais para conquistar o cliente;
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNDL